A operação policial que culminou na morte de 12 pessoas, na terça-feira (4), no bairro de Fazenda Coutos, em Salvador, foi definida como “impostergável” pelo comandante da Polícia Militar, coronel Paulo Coutinho. Segundo ele, grupos invadiram casas para montar bases e chegaram a fazer moradores reféns.
As forças de segurança foram acionadas após uma facção tentar assumir o controle do tráfico de drogas na região, aterrorizando os moradores. Desde a noite de segunda (3), moradores da localidade Teotônio Vilela denunciam tiroteios entre grupos rivais na localidade, na região do Subúrbio.
“Fomos em socorro de uma população que estava aflita. (…) O estado foi chamado para intervir em virtude, sobretudo, do uso de extrema violência com que eles [facção criminosa invasora] estavam lá, expulsando moradores, inclusive fazendo moradores como reféns”, disse o comandante.
Até a tarde desta quarta-feira, os corpos estavam sendo reconhecidos no Instituto Médico Legal (IML) da cidade. Nenhuma identidade foi divulgada.
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) acompanha o caso e disse que tomará as “providências cabíveis dentro das suas atribuições constitucionais”.
Apesar do número de mortos, nenhum militar foi ferido. Segundo a delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, sete guarnições da PM participaram da ação. Os agentes apreenderam 12 armas, como submetralhadoras, revólveres e pistolas, além de carregadores, balaclavas, rádios de telecomunicação, drogas e balanças de precisão.
Denúncias e ação planejada após dois dias de confronto
De acordo com o secretário de Segurança Pública do estado (SSP-BA), Marcelo Werner, a PM fez um planejamento prévio antes de ocupar o bairro após perceber que os criminosos estavam fortemente armados.