Rui Costa entra em ação para evitar desgaste com partidos

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

 

Por Mateus Soares

Uma nota assinada pelo líder do PT na Câmara dos Deputados, Odair Cunha, sobre a sucessão de Arthur Lira (PP) no comando da Casa gerou incômodo no União Brasil, partido do baiano Elmar Nascimento, candidato à presidência. No comunicado, o parlamentar afirmou que a bancada petista ainda decidirá sobre o apoio a Hugo Motta (Republicanos).

Para evitar tensões entre as siglas da base governista, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, se reuniram com Elmar nesta última quinta-feira (12), em uma tentativa de amenizar a situação. Outro baiano na disputa e também candidato ao cargo, Antonio Brito (PSD) firmou um acordo com Elmar no início da semana em busca de uma aliança.

De acordo com informações do jornal O Globo, Elmar se encontrou com Rui Costa no Palácio do Planalto e almoçou com Gleisi na sede do PT. Segundo relatos publicados na reportagem, os petistas afirmaram ao candidato do União Brasil que o partido ainda não tomou uma decisão e que isso não deve ocorrer antes do fim das eleições municipais deste ano.

A nota de Odair foi publicada após um almoço em homenagem ao aniversário de Hugo Motta, que contou com a presença de Lira, Odair, além de representantes de partidos como PL, PP, MDB, Podemos, PV e PCdoB.

No mesmo dia, Elmar se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que o aconselhou a procurar Gleisi e outros líderes do PT. Após a publicação da nota de apoio a Motta, Elmar conversou por telefone com os deputados Zeca Dirceu (PT), Arlindo Chinaglia (PT) e Odair Cunha, que reafirmaram que a decisão ainda será discutida pela bancada.

A bancada do PT quer evitar divisões na base governista, que inclui União Brasil e PSD, e busca uma solução consensual. Lideranças petistas indicam que, apesar da cautela em não desagradar Elmar, o apoio a Hugo Motta deve ser consolidado após as eleições. No entanto, setores da bancada ainda preferem Elmar, embora não admitam publicamente.

Ainda segundo O Globo, o governo Lula tem agido com discrição para evitar fissuras na base. Ministros envolvidos nas negociações reconhecem que o Planalto não deseja Elmar no comando da Câmara e não vêem urgência em acelerar o processo.

No governo, a expectativa é que o MDB também apoie Motta. Recentemente, vale lembrar, os ministros Renan Filho (Transportes) e Jader Filho (Cidades), junto com o líder da bancada, Isnaldo Bulhões, se reuniram com Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais.

Como Elmar e Brito ainda não retiraram suas candidaturas em favor de Motta, o governo e o PT tentam se equilibrar. União Brasil e PSD planejam uma candidatura única, caso um dos dois se mostre mais viável.

Embora o governo tenha feito movimentos em direção a Motta, o presidente Lula tem buscado se distanciar da disputa, reafirmando que o governo não tem candidato oficial.

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